A Microsoft tem sido alvo de críticas crescentes por parte dos legisladores dos EUA devido às alegações de que o seu motor de busca Bing tem censurado os resultados de pesquisa na China. Estas alegações sugerem que o Bing está a remover ou a filtrar resultados de pesquisa relacionados com tópicos considerados sensíveis pelo governo chinês, como direitos humanos, democracia e alterações climáticas. Senadores dos partidos Republicano e Democrata expressaram suas preocupações, com o senador republicano Marco Rubio e o senador democrata Mark Warner liderando o ataque contra as práticas do gigante da tecnologia.

Crítica bipartidária

As críticas dos senadores dos EUA destacam uma preocupação crescente com a conformidade das empresas americanas com as leis de censura chinesas. O senador Rubio afirmou que “não há como defender” as ações da Microsoft, acusando a empresa de fazer concessões ao que ele descreve como um “regime genocida e autoritário”. Por outro lado, o senador Warner sugeriu que a Microsoft deveria considerar retirar totalmente o Bing do mercado chinês, em vez de facilitar a censura. A posição da Warner é apoiada pelo facto de outras empresas dos EUA, incluindo o Google e o Yahoo, terem anteriormente deixado de fornecer resultados de pesquisa através dos seus próprios motores na China, em resposta a exigências de censura.

Resposta e justificação da Microsoft

Em resposta às alegações, a Microsoft defendeu suas operações na China, afirmando que o Bing fornece um serviço valioso aos usuários chineses, oferecendo acesso a informações que de outra forma poderiam não estar disponíveis. Um porta-voz da Microsoft disse ao The Register: “O Bing é o mecanismo de pesquisa menos censurado na China e é frequentemente a única fonte acessível para volumes de informação, mesmo que tenhamos de eliminar certos resultados ao abrigo da lei chinesa.”A empresa afirma cumprir as leis chinesas apenas quando apresentada uma ordem legal que os obriga a fazê-lo, e insiste em desafiar regularmente ordens que não cumprem o que interpreta como a aplicação adequada das regras chinesas.

A controvérsia em torno das operações do Bing na China ressalta o equilíbrio complexo entre fornecer acesso à informação e cumprir as leis de censura locais. Embora a Microsoft afirme que sua presença no mercado chinês oferece benefícios líquidos em termos de acesso à informação, as críticas dos legisladores dos EUA sugerem um escrutínio crescente sobre a forma como as empresas tecnológicas americanas lidam com as exigências de censura dos regimes autoritários. Continua o debate sobre se empresas como a Microsoft devem permanecer em mercados onde a censura prevalece ou retirar-se para tomar uma posição contra as restrições à liberdade de informação.

História do Bing na China

O Bing tem uma história interessante na China, mas atualmente está desfrutando de grande sucesso no país. Há cinco anos, o Bing foi colocado na grande lista de bloqueio de firewall da China, de serviços proibidos no país. A ferramenta de busca foi posteriormente reinstaurada e teve uma suspensão adicional de 7 dias em 2022. Apesar dos altos e baixos, o Bing se tornou no ano passado o mecanismo de busca mais usado na China, ultrapassando o Baidu.

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