O Conselho Europeu de Proteção de Dados (EDPB) instruiu o Autoridade de Proteção de Dados (DPA) para proibir o processamento de dados pessoais pela Meta para publicidade comportamental no mercado único europeu. O mandato vem de uma decisão tomada em resposta a uma solicitação da Autoridade de Proteção de Dados da Noruega, Datatilsynet, em setembro. A Datatilsynet solicitou ao EDPB que estendesse a todo o Espaço Económico Europeu (EEE) uma proibição existente ao tratamento de dados pessoais da Meta na Noruega, aplicada através do Facebook e do Instagram.

Não conformidade da Meta e As consequências

Esta diretiva, que potencialmente representa um obstáculo para os planos de redes sociais da Meta, surge após a conclusão da DPA de que a Meta não cumpriu as ordens impostas no final de 2022 em relação ao tratamento de dados pessoais. O presidente do EDPB, Anu Talus, enfatizou que era hora de Meta “interromper o processamento ilegal”. O EDPB e os tribunais europeus rejeitaram o argumento da Meta de que o seu contrato de Termos e Condições representa uma base legal válida para o processamento de dados pessoais e a entrega de serviços direcionados ao comportamento.

Resposta e planos futuros da Meta

Meta expressou sua surpresa com a proibição de coleta do EDPB, dizendo ao The Register que o conselho estava ciente do plano da Meta para obter consentimento para o processamento legal de dados. A empresa pretende introduzir um pop-up nas suas aplicações Facebook e Instagram no EEE, solicitando o consentimento legalmente aceitável para processar dados pessoais dentro de uma ou duas semanas. Esta medida pode tornar a proibição relativamente inconsequente.

A Autoridade Norueguesa de Proteção de Dados, no entanto, expressou fortes dúvidas sobre a legalidade da solução de consentimento proposta pela Meta, em que aqueles que não consentem com o marketing baseado em comportamento devem pagar uma taxa. Enquanto isso, defensores da privacidade e organizações como a Noyb, com sede na Áustria, argumentam que a interpretação do consentimento da Meta não está em conformidade com a lei.

Se a Meta não cooperar, a DPA terá várias ações potenciais de aplicação à sua disposição, incluindo multas substanciais, confisco de contas bancárias, ordens de remoção do Facebook e do Instagram das App Stores europeias ou até mesmo solicitação aos provedores de serviços de Internet para realizarem intervenções em nível de rede.

Plano de assinatura sem anúncios da Meta

No início desta semana, a Meta confirmou planos de introduzir uma assinatura sem anúncios para apaziguar os reguladores europeus. Meta divulgou um comunicado oficial  confirmando o início de planos de assinatura sem anúncios para seus usuários de mídia social Facebook e Instagram na União Europeia, no Espaço Econômico Europeu e na Suíça. Essa mudança foi oficializada após especulações anteriores sobre o mesmo assunto.

O anúncio revelou que esses planos de assinatura são elaborados de acordo com regulamentações como o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) da UE e a Lei dos Mercados Digitais. Essas leis obrigam a limitar a quantidade de dados pessoais que uma plataforma online pode possuir por meio de um serviço gratuito baseado em anúncios.

Categories: IT Info