O CEO do Telegram, Pavel Durov, criticou o concorrente Signal, alegando que o serviço de mensagens carece de segurança e tem conexões com agências de inteligência dos EUA. Durov compartilhou suas opiniões em seu canal Telegram, fazendo diversas reclamações contra o aplicativo rival, incluindo dúvidas sobre sua criptografia de ponta a ponta, transparência do software e supostos laços contínuos com o governo dos EUA.

Alegações e fontes de críticas

Os comentários de Durov parecem ser influenciados por uma Artigo do City Journal que explora as origens do Signal, destacando uma doação de US$ 3 milhões do Fundo de Tecnologia Aberta do governo dos EUA. O artigo sugere potenciais ligações entre a Signal e a inteligência dos EUA, destacando que Katherine Maher, actual presidente da Signal Foundation, trabalhou anteriormente para o Instituto Democrático Nacional, uma ONG apoiada pelos EUA. Maher também ocupou cargos importantes na Wikimedia e na National Public Radio (NPR) e atuou no Conselho de Política de Relações Exteriores.

Criptografia e processos judiciais

O CEO do Telegram afirma que a criptografia do Signal não é totalmente segura, sugerindo que as mensagens dos usuários surgiram em processos judiciais ou em reportagens da mídia. Ele dá a entender que isso se deve a falhas na criptografia do aplicativo. No entanto, Durov não fornece exemplos específicos, citando em vez disso “pessoas importantes” com quem conversou. Especula-se que ele possa estar se referindo ao julgamento de Sam Bankman-Fried, onde mensagens do Signal foram usadas como prova, embora seja mais provável que as mensagens foram fornecidas pelos destinatários aos promotores federais. Não há relatórios públicos confirmando o vazamento de mensagens do Signal devido a falhas de criptografia.
 

Problemas de transparência e reprodutibilidade do software

Durov também critica o Signal por não permitir que os usuários reproduzam a versão iOS do aplicativo, o que verifique se a versão da App Store corresponde ao código-fonte aberto, Matthew Green, professor da Johns Hopkins, explica que a reprodutibilidade é um desafio no iOS devido à criptografia de aplicativos da Apple, um problema que também afeta o aplicativo iOS do Telegram. A reprodução é possível no Android, que não criptografa aplicativos da mesma maneira.

Base de usuários e endossos de alto perfil do Signal

O Signal foi baixado por mais de 100 milhões de usuários e conta com o apoio de alto nível do vazador da NSA Edward Snowden e do empreendedor em série Elon Musk. A tecnologia por trás do Signal foi inicialmente financiada, em parte, por meio de uma doação de US$ 3 milhões do Open Technology Fund (OTF), patrocinado pelo governo, que foi desmembrado da Radio Free Asia. Alguns especialistas argumentaram que a conexão entre a OTF e a inteligência dos EUA é mais profunda do que parece.

Liderança e potenciais conflitos de interesse

Katherine Maher, a atual presidente da Signal Foundation, dirigiu iniciativas de comunicações digitais no Médio Oriente e Norte de África para o Instituto Democrático Nacional durante o período da Primavera Árabe. Maher tornou-se CEO da Wikimedia Foundation em 2016 e foi nomeado CEO da National Public Radio no início deste ano. Meredith Whittaker, que se tornou presidente da Signal Foundation em 2022, recrutou Maher para se tornar presidente do conselho por causa de suas conexões mútuas com a OTF e organizações sem fins lucrativos, como a Access Now.
 
O analista de segurança nacional J. Michael Waller expressou preocupação sobre A presença de Maher no conselho da Signal, citando seu apoio anterior à censura e aparentes conexões de inteligência. David Heinemeier Hansson, criador da popular estrutura de desenvolvimento web Ruby on Rails, também expressou dúvidas sobre a confiabilidade da Signal sob a liderança do conselho de Maher.
 
Os comentários de Durov foram feitos logo depois que ele sugeriu uma potencial oferta pública inicial (IPO) para Telegram, sugerindo um motivo financeiro para criticar serviços rivais. Tanto o Telegram quanto o Signal foram contatados para comentários, mas ainda não responderam.

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